A Dança como Louvor

Do exposto até aqui, sobre as formas de louvores, precisamos tocar num assunto que tem recebido bastante destaque no mundo religioso. Vamos falar sobre a dança coreógrafa empregada na adoração cristianizada.

Na verdade, e a verdade tem de ser dita, o cristianismo não carrega esta culpa, se considerarmos desde a sua origem. Não se aceitava a dança nos encontros religiosos, porque ela é mais uma forma de expressão de vaidade. Ela só passou a ser vista com bons olhos no século passado e, gradativamente, foi ganhando o seu espaço nos encontros. Passou, então, a ser mais um acréscimo litúrgico a que foi concedido o status de adoração.

Agora, precisamos considerar que, realmente, ela é uma expressão de vaidade, pois visa a exibição da aparência, para agradar os olhos de quem observa a aparência, os espectadores. Tem o mesmo efeito da que é praticada no mundo secular. O prazer, a satisfação pelo visual.

Considere, ainda, que ela necessita da música para embalar seus passos rítmicos e, tal como o mundo, utiliza um forte apelo sensual, pois, tanto os homens quanto as mulheres apresentam seus corpos seminus.

No mundo, o vestuário precisa ter característica sensual, pois é utilizado para atrair as atenções para os corpos dos atores dançarinos, talvez muito mais do que para a habilidade de movimentos corporais, ou para a beleza da sincronicidade. A semitransparência das roupas e o seu caimento justo ao corpo serve para revelar as formas corporais femininas e masculinas durante os movimentos suaves e ondulosos. Devemos, ainda, considerar, o que não podemos negar, que é o sexo feminino que compõe a maioria do grupo de dançarinos, pois o corpo feminino carrega o apelo sensual.

Nas igrejas encontramos os mesmos trejeitos utilizados no mundo. Não poderia ser diferente, pois é como a dança é realizada no mundo. Apenas muda o cenário e ganha uma conotação religiosa, mas é exatamente igual ao mundo (2Co 10:3-5).

Eu pergunto: onde está a essência da adoração espiritual, nisso?

A quem, a mente das dançarinas está focando enquanto dançam? A Deus e às palavras que cantam como louvor, ou aos movimentos que precisam fazer em sincronia umas com as outras e com a música?

Será que Deus quer ser distraído ou entretido pelos movimentos corporais suaves, ondulosos e sedutores de homens e mulheres?

Será que o Senhor tem tanto prazer em apresentações teatrais e movimentos corporais, como em que se obedeça à Sua palavra (1Sm 15:22 adaptado)?

Será que os espectadores estão com suas mentes focando na santidade do Senhor, enquanto apreciam os movimentos corporais femininos, ou masculinos?

Onde está o louvor, o elogio proferido por nossos lábios, ao Senhor, quando não se fala, ou não se consegue ouvir o que se fala?

Assim como um instrumento musical não faz som com sentido, movimentos corporais também não o fazem.

O obedecer é melhor do que o representar; e o atender melhor é do que a excelente performance (1Sm 15:22 adaptado).

Consideremos que aqueles que oferecem o perfeito louvor ao Senhor não sabem atuar seus corpos em movimentos suaves sincronizados. E não precisam porque já é perfeita a forma como O adoram. Se acrescentarem algum artifício, estarão degenerando ou anulando a sua adoração e o Senhor não estará mais ouvindo.

Aquele que não precisa de ouvidos para ouvir e olhos para ver, não se deixa impressionar por palavra ditas, ou movimentos corporais exibidos, pois são expressões da vaidade humana.

Ele não precisa do louvor que sai da boca do homem, seja em que forma for. O homem é quem precisa reconhecer e se conscientizar da Sua grandiosidade, reverenciar, exaltar e santificar o Seu nome, louvá-Lo na forma como Ele merece e é digno; amá-Lo de todo coração, força, entendimento, de alma e espírito, por Sua glória sem fim. E isto, numa dimensão espiritual, interior, de consciência, racional que dê muitos frutos exteriores para que todos venham a glorificar ao Senhor.

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