A Igreja do Senhor Jesus, o Salvador

Como a igreja do Senhor Jesus era na sua origem, e como ainda deve ser, em referência oposta ao que o cristianismo tem sido.

A Igreja é o Corpo espiritual de JESUS, o Messias, o Salvador. Em sua forma espiritual é o Espírito Santo, é a Palavra, é a Verdade e a Vida. Em sua forma humana é composta por pessoas, aquelas que creem verdadeiramente no Filho de Deus, Jesus, de forma que o Espírito as habita e as separa da vida mundana e dos sistemas do mundo.

Em Jesus, ela é justificada, santificada e glorificada, porque ele é justo, santo, cheio da glória do Pai, de graça e verdade (Jo 1:14).

Ela não se identifica por prédio, título, placa ou doutrina, pois a cabeça da igreja recebeu o nome sem igual, pelo qual ela lhe revela, é chamada, vista e reconhecida.

Ela não precisa de construções do tipo templos ou igrejas, pois cada pessoa que está nele é a Igreja, o corpo, o templo do Espírito Santo, santuário levantado não por homens, local de adoração, descanso, paz, vida em abundância, justiça, glória e santidade.

Ela não precisa e não pede por dinheiro ou bens materiais. A salvação que está em Jesus é gratuita, espiritual, não provém e não depende do material deste mundo. Está acessível a todos e exige apenas arrependimento e fé verdadeiros.

Ela não reconhece autoridade ou liderança espiritual humana, como pastores, sacerdotes, mestres, guias e fundadores. Jesus é a cabeça da sua igreja, o único Pastor, Autor e Consumador da fé, nele. Ele, sim, é autoridade, pois foi ele quem pagou o preço por nós na cruz e, portanto, o único digno desta honra e glória.

Ela não usa devocionais na adoração, como música, canto, cerimonial ou ritual, pois viver no seu corpo é estar em estado de contínua adoração, em espírito e em verdade, a única adoração que Deus busca e vê, em vez do fazer humano.

Ela não enfatiza o uso de discursos ou sermões, pois o reino de Deus não consiste de palavras, e menos ainda de palavras persuasivas que saem da boca de homens. A Palavra de Deus que saiu da boca do Filho, o Evangelho da salvação, é a palavra de poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê e pela intermediação do seu Espírito, é a única com poder de criar, converter e regenerar plenamente o ser.

Ela não pratica atividades ou encontros de culto, pois o verdadeiro culto acontece nele e é racional, desprovido do emocional humano, em plena consciência da adoração espiritual e individual, não dependente de qualquer coisa ou pessoa, grupamento, lugar, ambiente, tempo e forma exterior.

Ela não se manifesta em alta voz, buscando ser vista ou ouvida. O seu Espírito, o Espírito de Cristo, é quem age, como o vento, em secreto, no silêncio do coração, tocando a alma e a despertando para ouvir a sua voz, em vez do alarido humano.

Ela não pactua com o estrelismo ou louvor ao homem, pois o Espírito não reconhece a importância, o mérito, o heroísmo, a notoriedade ou autoridade de qualquer ação ou feito humanos. Neste corpo todos são iguais e funcionais. Só a cabeça, Jesus, é quem é digna de todo louvor e exaltação.

Ela não faz acepção de pessoas por aparência, capacidade, talento, força, sangue, posse, conhecimento, sabedoria ou credo, pois são expressões de vaidade e, como a vaidade é idolatria, é abominada pelo Espírito de Deus.

Ela não tolera a desigualdade, discriminação, recriminação, crítica, julgamento, ou classificação e exclusão de pessoas, pois todos, por natureza, são iguais e igualmente pecadores, mentirosos, injustos e infiéis, razão por que foram expulsos da presença divina. Ela busca a unidade do corpo de Jesus e para isso, todos, sem exceção, tem de nascer de novo, para estar e viver a comunhão deste corpo.

Ela não se fundamenta e não vive segundo os princípios da consciência humana, mas segundo os princípios do Evangelho ensinado por Jesus, o Salvador, e não o evangelho dos homens.

Ela louva, honra e glorifica o nome e a pessoa de Jesus, pois ele vive e é digno, santo, justo e verdadeiro; é o caminho, a verdade e a vida; só ele é SALVADOR, SENHOR e DEUS.

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O leitor poderia pensar que estou definindo um, ou mais um, modelo do que deve ser a Igreja do Senhor Jesus.

Cabe a cada um comparar as declarações acima com o guia maior, o Evangelho de Jesus.

De todo exposto neste livro, podemos concluir que os crentes verdadeiros não estarão concentrados um local específico, isto é, em igrejas, porém estarão na igreja universal, na congregação dos santos, a qual não se pode ver e nem se deslocar para ela.

Poderão e certamente estarão reunidos em suas comunidades, sempre buscando a aproximação dos demais crentes, em outras comunidades, para o servir. Não estarão condicionados a irem a um local específico, para uma atividade improdutiva, mas sim, a um local ou residência onde todos estarão ajudando uns aos outros nas suas necessidades comuns e, principalmente, colocando-se disponíveis para atender aos incrédulos que se aproximarem, pois saberão que é o Senhor quem os traz. É neste encontro, bem como no encontro das comunidades da região, que tomarão conhecimento das necessidades de todos e dos atos do Espírito no dia a dia deles.

Não mais existirão coletas para outros fins que não das necessidades dos crentes. Não mais existirão lideranças privilegiadas determinando a outros, o que fazer e o que não fazer, pois o Espírito é quem mostrará a cada um. Não mais existirão “crentes” abastados e crentes necessitados. Tudo será de todos.

Não é este o retorno ao padrão da igreja original?

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